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Agenda Cultural

Homenagens a Tancredo Neves em São João del Rei

Data

04/03/2010

Hora

17h

Cidade

SJDR

Local

Cemitério de São Francisco de Assis

Descrição

"O Brasil tem dois mártires que nasceram em São João Del-Rei e morreram em um dia 21 de abril: Tiradentes e Tancredo Neves."
Pedro Simon (PMDB-RS) . Senador

Entrevista do governador Aécio Neves . Reinauguração do Memorial Tancredo Neves


-Governador, faça uma avaliação de tudo o que aconteceu politicamente neste dia de hoje.
A primeira coisa que eu tenho a dizer é que é um dia inesquecível para mim. Eu não consigo, mesmo com a presença de figuras tão ilustres da política brasileira durante todo o dia, com a homenagem ontem no Congresso Nacional onde as lideranças políticas de todos os partidos relembraram com muito respeito o presidente Tancredo, eu não tenho como afastar do meu coração e da minha mente uma imensa saudade.
À noite, na madrugada, eu lembro sempre do carinho dele. Ele perambulando pelo quarto, ele me acordando com um grito às seis horas da manhã me mandando tomar um banho frio; à tarde enrolando a gravata, cobrando as coisas que eventualmente eu não tinha feito e que ele nem tinha pedido também. Mas eu tive o privilégio de um convívio muito especial com o meu avô. O fato de eu ter morado com ele, ter vivido sob o mesmo teto que ele, no momento em que o Brasil viveu as suas maiores transformações é um privilégio que Deus me deu e que me obriga a ter um comportamento, no mínimo do ponto de vista ético e moral, igual ao dele. Não na capacidade de articulação, não no conhecimento da historia do mundo ou mesmo do país, mas eu carrego no fundo da minha alma um agradecimento muito grande o privilégio que a vida me deu. Então hoje, para mim, de um lado é uma imensa saudade, e de outro é a celebração. Que homem público, depois de vinte e cinco anos, é reverenciado desta forma, por uma país inteiro? E infelizmente, e aí talvez seja a tristeza que eu carrego no meu peito, o Tancredo não está vivo, não viveu para ver a sua obra concluída.
Eu costumava pensar comigo mesmo, no momento da agonia, a gente levando Tancredo para o hospital a poucas horas da sua posse, eu falava que o destino poderia ter dado a ele algumas horas para que ele pudesse ter botado a faixa presidencial, ter visto, porque ele tinha muitas dúvidas se o processo democrático se concluiria, se o presidente Figueiredo daria posse ao presidente Sarney, e eu pedi ao destino, dê a ele algumas horas mais, alguns minutos, quem sabe, para que ele pudesse botar a faixa presidencial e perceber que a obra dos seus 50 anos de vida pública estava concluída. Porque em todos os instantes, em todos, desde os momentos com Getúlio, como ministro da Justiça, depois como primeiro-ministro no parlamentarismo com João Goulart, depois em todo regime autoritário, ele na oposição. Tancredo só queria uma coisa: o restabelecimento das liberdades democráticas desse país. Tancredo, como diria Afonso Arinos, não fez como tantos ilustres brasileiros que deram a vida pelo país, Tancredo deu a sua morte pelo Brasil.

-Governador, e a pressão hoje foi muita? O senhor conseguiu se safar dela?
Um homem público que não está pronto para resistir a pressões, não merece ter espaços relevantes. O homem público tem que ter convicções e eu tenho convicções, e é isso que tem me permitido construir o meu caminho com muita serenidade. Não tenho pressa para nada. Estarei ao lado do candidato do meu partido com todo empenho, com toda determinação para que possamos, a partir de Minas, e eu serei candidato em Minas Gerais, dar a ele a sustentação e, quem sabe, a vitória para ajudar na sua caminhada nacional.

-Governador, com esses números novos que saíram, com a queda de José Serra. Se ele eventualmente desistisse da campanha, o senhor aceitaria como pedem os aliados?
Olha, não se cogita essa hipótese. Acho que é um desserviço que prestaríamos se sequer especulássemos sobre essa hipótese. O governador José Serra, e cabe a ele definir no momento certo, será o candidato do nosso partido. E tem todas as condições de ser um belo candidato. Não me assusto com pesquisas há vários meses da eleição. Acho que no momento em que o embate das ideias ocupar o espaço da propaganda excessiva, acredito que José Serra, pela sua história, pelo conhecimento que tem dos problemas nacionais, tem todas as condições de avançar. E quando ele postar seus olhos sobre Minas Gerais, encontrará aqui um soldado, dentro do seu exército, com todo empenho, ajudando-o a chegar a vitória.

-O senhor vai de vice?
Essa posição já foi externada publicamente não só por ele, mas por várias lideranças do partido. E a questão de dizer que não serei vice não é porque é uma desonra ser vice, eu acho que ser vice-presidente da República é uma honra para qualquer brasileiro. Nunca imaginei que chegaria nem a governador do Estado, muito menos a vice-presidência da República. Não serei apenas por uma constatação e convicção muito pessoal que eu tenho, a forma melhor de ajudar, em primeiro lugar, a que nosso projeto de governo tenha continuidade em Minas Gerais, ele não pode ser interrompido em benefício dos mineiros e tenho responsabilidade primeiro com os mineiros. Por isto, eu devo estar em Minas Gerais ajudando a vitória do vice-governador Antonio Anastasia e ao mesmo tempo tentando levar a vitória também ao companheiro José Serra. Eu sair de Minas Gerais agora numa candidatura a vice-presidência da República ,que pode até gerar um fato político momentâneo, ela ao longo do tempo tende a perder importância. Eu não preciso de um cargo ou de participar na chapa para ser presente e leal ao candidato do meu partido e o tempo é que vai dizer isto.
Quero terminar dizendo algo que na política, às vezes, pelo menos às vezes, as coisas acabam sendo o que parecem ser. Então o que estou dizendo a vocês é o que ocorrerá. Da mesma forma que disse lá atrás que não sairia do PSDB por mais que as especulações ocorressem e por mais que eu dissesse lá atrás que eu tinha um prazo para manter a minha candidatura , esse prazo se esgotou e eu volto à Minas Gerais. Este é o meu caminho e esta é a minha vontade e vou dizer para vocês com muita sinceridade, estou muito animado em estar em Minas Gerais, o que recebo de carinho, de afeto, de reconhecimento é um combustível que não me dá sequer o direito de eu neste momento pretender algo mais do que eu estou tendo, uma saída do governo gloriosa como esta.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Governo do Estado de Minas Gerais . 05/03/2010


Governador Aécio Neves participa de homenagens a Tancredo Neves em São João del Rei

O governador Aécio Neves participou, nesta quinta-feira (04/03), em São João Del Rei (Campo das Vertentes), das homenagens pelos cem anos de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves. A programação contou com a reinauguração do Memorial Tancredo Neves e com uma visita ao túmulo do ex-presidente, no cemitério da Igreja São Francisco de Assis.
O governador chegou acompanhado da mãe, Inês Maria, da filha Gabriela, da irmã Andréa e fez o trajeto entre a Igreja e o cemitério cercado por amigos e por moradores de São João Del Rei que também foram prestar homenagens a Tancredo. A solenidade contou ainda com a presença de importantes lideranças políticas, entre elas, a do ex-presidente José Sarney, presidente do Senado, que assumiu a Presidência após a morte de Tancredo. A cantora Fafá de Belém cantou o hino nacional aos pés do túmulo de Tancredo.
Emocionado, o governador disse que a homenagem a Tancredo não deveria ser entendida como um momento de nostalgia, mas como uma comemoração da capacidade das pessoas escolherem e reconhecerem uma liderança como a de Tancredo Neves.
“Hoje, para mim, de um lado é uma imensa saudade, e de outro é a celebração. Que homem público, depois de vinte e cinco anos, é reverenciado desta forma, por uma país inteiro? E, infelizmente, e aí talvez seja a tristeza que eu carrego no meu peito, o Tancredo não está vivo, não viveu para ver a sua obra concluída”, disse o governador, em entrevista.
Aécio Neves destacou que o grande projeto político de Tancredo Neves foi o de construir a democracia brasileira. Ele disse que a morte de Tancredo representou para os brasileiros o fim de um sonho.
“Todos os instantes, em todos, desde os momentos com Getúlio, como ministro da Justiça, depois como primeiro-ministro no parlamentarismo com João Goulart, depois em todo regime autoritário, ele na oposição. Tancredo só queria uma coisa: o restabelecimento das liberdades democráticas desse país. Tancredo, como diria Afonso Arinos, não fez como tantos ilustres brasileiros que deram a vida pelo país, Tancredo deu a sua morte pelo Brasil”, afirmou.

Estadista
Para o governador, Tancredo tratava das grandes questões nacionais sem se esquecer das suas origens, o que fazia dele um grande estadista. “Conheço poucos homens como Tancredo, que construiu sua trajetória tão ligada aos seus valores e sua terra”, disse ele.
Para o presidente do Senado Federal, José Sarney, a lembrança que ele guarda do presidente Tancredo Neves é a de um grande homem. “Tive a honra de conviver com Tancredo, quem eu considero o maior político da história contemporânea desse país. Tancredo foi o fundador da Nova República e foi quem instalou e possibilitou que o país se unisse e as instituições democráticas voltassem com o vigor que até hoje elas possuem”, afirmou.
Os moradores de São João del Rei também organizam uma homenagem ao ex-presidente, enfeitando as sacadas e janelas das casas do centro histórico, no caminho entre o Solar dos Neves, onde vivia Tancredo Neves, e a Igreja de São Francisco de Assis, de quem o ex-presidente era devoto. Aos domingos, ele fazia esse trajeto a pé para assistir a missa.

Memorial
Em seguida, o governador participou da reabertura do Memorial Tancredo Neves, que foi inaugurado em 1990. O Memorial reúne, em um casarão do final do século 18, um acervo com documentos e fotos que retratam a trajetória do ex-presidente e de outros protagonistas de um importante período da história política brasileira. Com a remodelação realizada pela Oi Futuro, o museu ganhou maior dinamismo e ferramentas interativas.
Curador do memorial, Marcello Dantas, destacou que o espaço não é para ser um local de nostalgia, mas de sedimentação de um ponto de vista da história política contemporânea do Brasil nas novas gerações. “O que importa é a história que esse espaço carrega. O memorial mostra o papel do presidente Tancredo Neves que foi de pavimentar o caminho para a nova democracia”, disse.
No memorial, o visitante terá acesso a imagens da vida de Tancredo desde quando vivia em São João del Rei, da sua vida política, de momentos importantes como os comícios pelas Diretas Já em 1984, da sua posse como governador de Minas Gerais em 1983, das viagens para o exterior quando já eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral, além de medalhas, passaportes, carteira de identidade, vídeos e áudios. Também no memorial, foi instalado o gabinete de Tancredo em São João del-Rei com objetos pessoais que ele utilizava no seu dia a dia.
Estiveram presentes na homenagem ao presidente Tancredo Neves, o vice-governador Antonio Anastasia, o senador Eduardo Azeredo, o deputado federal Ciro Gomes (CE), o senador Francisco Dornelles (RJ), o bispo da Diocese de São João del Rei, Dom Waldemar Chaves de Araújo, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, a secretária de Estado de Planejamento e Gestão Renata Vilhena, o prefeito de São João del Rei, Nilvaldo Andrade. Estavam ainda presentes personalidades como o cantor Fagner, a cantora Fafá de Belém e a atriz Christiane Torloni.

Outras homenagens
As comemorações em São João del Rei prosseguem até sábado (06/03) com a reabertura do Museu de Arte Sacra e da Casa de Bárbara Heliodora. Também acontecerá a estreia do espetáculo “Terra de Livres”, montagem inédita no Brasil, que lança mão da tradição das procissões das cidades históricas mineiras e convida o espectador a percorrer o centro, transformando ruas, casas e igrejas num grande cenário.
A Academia Brasileira de Letras (ABL), fará sessão solene em homenagem a Tancredo Neves no dia 23 de março. A Fundação Tancredo Neves fará nova edição do livro “Tancredo Neves – Um Homem para o Brasil”, projeto da jornalista Andrea Neves, no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, no dia 10 de abril. Na mesma data e local será aberta a exposição “Tancredo 100 Anos”, que apresenta a trajetória de Tancredo com o mesmo suporte material do Memorial de São João Del Rei.
Também acontecerá o lançamento dos livros “Tancredo Neves, a Política Como Razão” e “Tancredo: O Verbo Republicano”, organizados pelo jornalista Mauro Santayana. O primeiro contém frases do presidente e o segundo seleciona 12 discursos contextualizados historicamente pelo autor. A Fundação Tancredo Neves vai lançar ainda um portal que reúne a história de Tancredo e o cineasta Silvio Tendler, autor dos filmes "Jango" e "Anos JK", prepara um documentário sobre o presidente.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Governo do Estado de Minas Gerais . 05/03/2010

Aécio Neves participa de homenagens a Tancredo Neves em São João del Rei


Entre as comemorações estão prevista uma visita ao túmulo na Igreja de São Francisco de Assis e a reabertura do Memorial Tancredo Neves

O governador Aécio Neves participa nesta quinta-feira (04/03), em São João del Rei, das homenagens pelos cem anos de nascimento do ex-presidente Tancredo Neves.
Natural de São João del Rei, Tancredo será homenageado com uma visita ao seu túmulo, às 17 horas, no cemitério da Igreja São Francisco de Assis. O ex-presidente será homenageado com o toque do repique dos sinos nas igrejas da cidade, uma saudação realizada para comemorar nascimentos. Neste momento, haverá uma benção concedida pelo bispo. O governador Aécio Neves e os demais presentes depositarão uma coroa de flores no túmulo e será executado o Hino Nacional.
Em seguida, o governador participa da reabertura do Memorial Tancredo Neves, que foi inaugurado em 1990. O Memorial reúne, em um casarão do final do século 18, um acervo com documentos e fotos que retratam a trajetória do ex-presidente e de outros protagonistas de um importante período da história política brasileira. Com a remodelação realizada pela Oi Futuro, o museu ganhou maior dinamismo e ferramentas interativas.
Os moradores de São João del Rei também organizam uma homenagem ao ex-presidente, enfeitando as sacadas e janelas das casas do centro histórico, no caminho entre o Solar dos Neves, onde vivia Tancredo Neves, e a Igreja de São Francisco de Assis, de quem o ex-presidente era devoto. Aos domingos, ele fazia esse trajeto a pé para assistir a missa.
Outra homenagem está sendo preparada para Tancredo pelos moradores da cidade mineira localizada, a 197 quilômetros de Belo Horizonte. Bandas de música farão uma apresentação de uma composição feita em 1985 para lembrar a eleição de Tancredo em janeiro daquele ano à Presidência da República.

Histórico
Tancredo Neves nasceu em 4 de março de 1910, em São João del Rei. Foi vereador, em sua cidade natal, deputado estadual, deputado federal e ministro da Justiça e Negócios Interiores, no segundo governo de Getúlio Vargas.
Durante o sistema parlamentarista brasileiro, foi primeiro-ministro (1961-1962). Foi senador da República e governador de Minas Gerais. Desempenhou papel fundamental durante a campanha das Diretas Já, sendo um dos principais articuladores da redemocratização brasileira.
Em 15 de janeiro de 1985, foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral. Na noite de 14 de março de 1985, véspera da posse, foi internado com problemas abdominais e faleceu no dia 21 de abril, em São Paulo.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Governo do Estado de Minas Gerais . 03/03/2010
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Veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=CSAkgehWAVU
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