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Mercado terá um novo selo "verde"

A Fundação Vanzolini está lançando o Aqua, sistema para certificação de construções sustentáveis

Lilian Primi

A partir de abril, o mercado terá um novo sistema de certificação para construções sustentáveis.
O Alta Qualidade Ambiental (Aqua), desenvolvido em parceria entre a Fundação Vanzolini, a Escola Politécnica da USP (Poli-USP) e o Centre Scientifique et Technique du Batiment (CSTB) - referência mundial em pesquisa na construção civil -, será lançado no Seminário Internacional Brasil França - Construção Sustentável, na sede da Fiesp, em São Paulo, dia 3 de abril.

“O Aqua tem como base o sistema criado na França, Haute Qualité Environnementale (HQE), mais flexível e portanto, adaptável ao Brasil”, explica o diretor de Certificação da Fundação, professor José Joaquim do Amaral Ferreira.

Entre as vantagens, ele cita a existência de parâmetros diferentes para cada região do País e a abrangência ampla. “O Aqua certifica construções, o que envolve, além de edificações de todo tipo, pontes, obras de pavimentação, saneamento etc.”

GLOBALIZAÇÃO

O projeto começou no Departamento de Produção da Poli, durante os trabalhos de um programa de pós-doutoramento. “Nos aproximamos do CSTB e, por se tratar de construção, envolvemos o departamento de Construção Civil”, explica.

Diante da existência de vários sistemas, o grupo propôs uma aliança que criasse uma base única. “Criamos o Global Environmental Alliance for Construction, Gea, o sistema básico de certificação. Cada país parte dessa base comum e adapta os parâmetros para sua região”, explica o professor.

No Brasil, o resultado dessa adaptação foi batizado de Aqua. Além do Brasil e da França, a aliança, que segundo Ferreira será formalizada em Paris dia 28 de abril, conta com a adesão da Inglaterra, Itália, Polônia, República Tcheca, Alemanha e Holanda. Argentina e Chile estão em fase de negociação.

TROPICALIZAÇÃO

A sustentabilidade de uma obra está ligada, principalmente, à quantidade de energia usada durante a sua execução e depois, durante o uso da edificação. É uma equação que envolve desde os materiais utilizados (preferência por materiais ecológicos) até o controle rígido do desperdício.

As certificações realizadas no Brasil até agora se restringem a prédios comerciais, que utilizaram o sistema americano Leed (veja quadro sobre os demais programas) , que tem restrições importantes segundo Ferreira. “Os parâmetros são rígidos demais e, como estão baseados em um sistema construtivo diferente, têm desempenhos que, para serem atingidos aqui, podem gerar resultado oposto ao esperado”, argumenta o professor.

Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de ConstruçãoSustentável (CBCS), que apóia e credita sistemas de certificação no Brasil, diz que o Leed precisa de uma “tropicalização” dos parâmetros. “Em alguns pontos, a matriz energética brasileira é mais limpa que a norte americana”, diz.

Takaoka lançou o primeiro condomínio residencial brasileira com 100% de madeira certificada, o Genesis 2, e garante que, apesar da grandiosidade e custo desses sistemas, o conceito de sustentabilidade chega a construção individual, responsável por 60% do mercado. “Por exemplo, no caso dos vasos sanitários e válvulas de descarga. O conceito está embutido no produto. Sistemas construtivos mais eficientes também. Como por exemplo, as formas reutilizáveis”, conta. A Takaoka Empreendimentos se prepara para iniciar o segundo projeto com 100% de madeira legal, dessa vez em parceria com a Odebrecht e o Iguatemi.

Autor: O Estado de São Paulo

Conselho Brasileiro de Construção Sustentável 
www.cbcs.org.br  . Tel.: (11) 3869 0791

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