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Jornada do Patrimônio . Minas Gerais

Descrição

A Jornada

Uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura com o apoio dos municípios e de diversas instituições culturais de Minas Gerais, a Jornada Mineira do Patrimônio Cultural consiste na realização simultânea, em setembro de 2009, de diversos eventos de valorização da memória e do patrimônio cultural mineiro. Inserida na programação do Ano da França no Brasil 2009 e inspirada pela experiência francesa das Journées du Patrimoine, realizadas naquele país desde 1984, busca incentivar e fortalecer a participação coletiva nas ações de preservação.
Minas Gerais é, reconhecidamente, um dos estados mais ricos do Brasil no campo do patrimônio cultural: suas cidades, tradições e festas, bem como o saber fazer de sua gente, encantam e mantêm viva a idéia de que não se constrói o futuro sem a valorização da história e da memória, base das identidades e da própria criatividade humana. Celebrar e festejar o patrimônio cultural de Minas é, portanto, o objetivo maior da Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, que, nessa primeira edição, terá como tema a visão consolidada por Aluísio de Magalhães de que “a comunidade é a melhor guardiã de seu patrimônio!”
Colocando em prática os princípios da educação patrimonial e acreditando na importância da ampla participação das comunidades nas ações de preservação da memória, a Jornada Mineira do Patrimônio Cultural traz a proposta de inaugurar uma nova mentalidade no Estado, levando os seus habitantes a perceberem de modo diferente suas cidades, lugares, manifestações e produções.
Não se trata apenas de reverenciar o passado, mas de sua redescoberta na perspectiva da sociedade contemporânea, que aposta na sustentabilidade, na associação entre conservação patrimonial, desenvolvimento socioeconômico, geração de emprego e renda e construção de uma cidadania plena.
As ações de proteção ao patrimônio cultural, por sua vez, devem caminhar na direção de um aprendizado coletivo, da valorização da diversidade e de modo a contribuir para a criação de redes mais amplas de circulação da produção cultural. Daí a importância de sua participação neste processo!

Fonte: Minas on line . Governo de Minas Gerais

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Jornada Mineira do Patrimônio Cultural ganha Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade


Iniciativa mineira pelo patrimônio ganha prêmio nacional

A 1ª edição da Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, de iniciativa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), foi a vencedora do 23º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade – Categoria Divulgação. A premiação é o reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e representa uma das mais importantes da área. A relação de vencedores foi divulgada na última sexta, 20/8.
A jornada, desenvolvida pelo Iepha/MG para promover o patrimônio mineiro, estreou em 2009 e foi realizada nas diversas regiões de Minas Gerais durante todo o mês de setembro daquele ano. O projeto ganhou grande repercussão estadual, nacional e até mesmo internacional, por ter recebido a chancela do Ano da França no Brasil.
Na primeira edição foram mais de 1.500 ações de preservação e valorização do patrimônio cultural mineiro, reunidas sob um grande trabalho de articulação e divulgação realizado pelo Iepha, englobando seminários, apresentação de grupos de cultura popular, festivais de arte e gastronomia, exposições, visitas guiadas, educação patrimonial, oficinas e gincanas culturais. Este ano o Iepha/MG se prepara para repetir o sucesso nos mesmos moldes.
A ação, promovida em conjunto com a Secretaria de Estado de Cultura (SEC), é pioneira no País e um de seus destaques é a proposta do Patrimônio de Portas Abertas, uma iniciativa que permite que as pessoas tenham acesso, ao menos por alguns dias, a uma série de bens culturais tombados. Muitos destes bens, de propriedade particular ou uso restrito, permanecem fechados à visitação pública durante o ano inteiro e são acessíveis apenas quando acontece a Jornada.

Premiação
Para conquistar o 23º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, o projeto do Iepha/MG concorreu com outras 64 iniciativas. Uma pré-seleção foi realizada em julho pelas comissões estaduais presididas pelos superintendentes do Iphan em cada estado. Antes desta primeira peneira, o conjunto de inscrições apresentadas ao prêmio chegou a 174.
Esta é a segunda vez que o Iepha conquista o prêmio. Em 2002, o programa de Municipalização do Patrimônio Cultural de Minas Gerais, por meio do ICMS Patrimônio Cultural, também foi reconhecido.

Edição 2010
Com previsão de mais de mil ações culturais movimentando todo o mês de setembro deste ano, a 2ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural tem como tema Patrimônio Cultural e Cidadania. Mais uma vez, o objetivo é sensibilizar agentes públicos, escolas, associações e população em geral para a execução simultânea de ações de preservação do patrimônio em todo o Estado.

Fonte: Agência Minas


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Jornada Mineira do Patrimônio Cultural . Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha)

Ana Paula Lima

Anote no calendário: a partir de 2009, setembro ficará marcado como o mês de promoção e defesa do patrimônio cultural em Minas Gerais. Ao menos, essa é a proposta do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e de outros 474 municípios envolvidos na Jornada Mineira do Patrimônio Cultural. O evento é uma maratona de ações para despertar moradores e turistas quanto à importância da preservação de bens materiais - casarios, fazendas, pinturas, mobiliário - e imateriais, como danças e celebrações, que fizeram a história do Estado.
Uma estação ferroviária cravada em um dos cantos de Betim, na Grande Belo Horizonte, poderia ser hoje apenas parte da memória dos moradores que assistiram à derrubada do imóvel, na década de 1980. Mas o prédio marcou a comunidade de Vianópolis de tal maneira que, duas décadas depois de ir ao chão, entrou para o inventário de bens do município - mesmo sem existir fisicamente hoje.
O que permitiu o registro, e livrou a estação de um futuro esquecimento absoluto, foi a iniciativa da prefeitura de perguntar à população o que faz - ou deveria fazer - parte do patrimônio do município. O projeto, batizado de Inventário Participativo, é uma das ações locais que ganharam fôlego com a Jornada Mineira do Patrimônio Cultural.
O inventário é um levantamento de todos os bens culturais do lugar, em diferentes categorias. Abarca imóveis, objetos, manifestações culturais, naturais, paisagísticas e arqueológicas. Normalmente, é feito por uma equipe de técnicos, diz a historiadora da Fundação Artístico Cultural de Betim (Funarbe), Ana Cláudia Gomes. O diferencial lá, diz, foi convidar a própria comunidade a identificar os bens.
“Se o técnico é um arquiteto, ele vai inventariar o que for mais antigo, tiver características específicas. Já os moradores vão além das razões arquitetônicas. Consideram a importância que aquele bem tem para eles”, justifica. “No caso da estação ferroviária, é provável que ficasse de fora da lista, por ter sido demolida há tempos. Mas entrou porque foi citada por um grande número de pessoas”.
A ideia de entrevistar os moradores, em especial os mais velhos, deu frutos. Foi a partir dos relatos que os técnicos chegaram a uma capela de arquitetura modernista construída por um importante fazendeiro na região onde hoje está o Bairro Açudes. Na época, ele contou com a ajuda da comunidade, que fez doações e entrou com a mão de obra. O que não se sabia até agora era que a imagem à tinta feita na parede atrás do altar pode ser do artista mineiro Inimá de Paula. Sob o desenho está a inscrição “Inimá - 73” - os algarismos seriam referência ao ano da pintura, 1973. A descoberta só aconteceu devido ao relato dos betinenses.
A Funarbe pediu à fundação que representa o artista o estudo e a confirmação da autoria. Mas o depoimento de outra moradora reforça a tese. “Ela afirma que Inimá de Paula tinha um sítio na região”, conta Ana Cláudia. O tal imóvel, cujos vitrais também seriam pintados pelo artista, agora pertence a outra pessoa. Mas o desenrolar dos acontecimentos prova a importância de se ouvir a população. “Se o inventário não fosse participativo, muita coisa ficaria para trás”, resume a historiadora.
Vianópolis é uma das oito regionais de Betim. Começou a ser ocupada por volta de 1910, após a instalação da via férrea nos arredores. Somente lá, o inventário, baseado em estudos e depoimentos, levantou 60 bens a serem protegidos. Entre eles, o imóvel da Escola Municipal Barão do Rio Branco, construído em estilo eclético e inaugurado em 1933, e quatro grupos de Folia de Reis que resistiram ao tempo e ainda se mantêm em atividade.
“Só o grupo do Bairro Santo Afonso reúne 70 pessoas, de todas as idades”, festeja Ana Cláudia. A comemoração tem razão de ser. Em geral, manifestações culturais como essa desaparecem porque os participantes envelhecem e morrem sem encontrar gente disposta a dar continuidade à tradição.
“Qualquer manifestação, para se manter ativa, tem que atrair jovens. A Folia de Reis do Santo Afonso tem quatro palhaços. Um deles com apenas 5 ou 6 anos, que já dança de maneira linda. Está aprendendo com os mais velhos e isso nos faz acreditar que a folia, ali, não vai morrer facilmente”, analisa a historiadora.
A preocupação com os mais jovens tem razão de ser. “Precisamos sensibilizar as pessoas sobre a importância desse legado. Ele é a matéria-prima da nossa identidade, ajuda a formar uma sociedade coesa do ponto de vista social e político e a construir o futuro”, diz a vice-presidente do Iepha, Maria Marta Martins. “Quando a população entende que o patrimônio diz respeito primeiro a quem vive no lugar, dá maior importância a ele. Passa a valorizá-lo e a preservá-lo mais”, defende.

JORNADA TEM 1.500 AÇÕES NO PROGRAMA
Daí a proposta de criação da jornada. O Iepha entrou com a organização, mas as 1.500 ações são desenvolvidas por prefeituras e entidades dos municípios. A ideia de concentrar a programação em um mês dá maior visibilidade à proposta, inspirada em experiência semelhante que acontece todos os anos, na França. Excepcionalmente, atividades que podem ter maior concentração de pessoas foram transferidas, em Minas, para outubro, como medida de prevenção à gripe suína.
Por todo o Estado, o que não faltam são iniciativas para os mais diferentes gostos. Barão de Cocais, na Região Central, programou a reabertura da Capela do Socorro, que está em fase final de restauração, com exposição fotográfica e documental das etapas da obra. Em Carmo de Minas, no Sul, acontece caminhada pelas lavouras, com explicações sobre a cadeia produtiva do café especial.
Já em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, haverá exposição de fotos do município, oficinas sobre identidade e patrimônio, festas religiosas e visitas guiadas pelo centro histórico, entre outras atrações. “Quem conhece o patrimônio, se sente parte dele, preserva”, diz Carminha Pena, técnica do patrimônio da prefeitura. Entre os pontos altos da maratona sabarense está o passeio pela Rua Dom Pedro II, de conjunto arquitetônico tombado, para conferir o casario antigo, do século XVIII.
A expectativa é de que as ações atraiam em especial os jovens. Em Betim, a Funarbe traçou estratégias para isso. Montou um “Museu a Céu Aberto” na área externa do Museu Paulo Araújo Moreira Gontijo. Com objetos contemporâneos - como as gigantescas esculturas metálicas da arquiteta Júnia Guimarães, inspiradas nas estátuas da Ilha de Páscoa -, pretende chamar a atenção dos moradores. “Patrimônio não é só o que é novo, mas aquilo que é significativo para a cultura de um povo. Peças dos dias atuais deixam o museu mais dinâmico. O público vem para conferir o que é novo e está do lado de fora do museu, e aproveita para conhecer o que há lá dentro”, diz a historiadora Ana Cláudia Gomes. Segundo ela, a tática já fez aumentar o número de visitas ao museu.

Fonte: Jornal Hoje em Dia - 20/09/2009
 

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