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Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira . Rosângela M. Carvalho Martins

Descrição

Bárbara Eliodora Guilhermina da Silveira nasceu em São João del-Rei, no dia 03 de dezembro de 1759.
Filha de José da Silveira e Souza e Dona Maria Josefa Bueno da Cunha.
Casou-se com Inácio José de Alvarenga Peixoto, na casa de seu pai, no Largo de São Francisco, nº 90, hoje, Museu Municipal Tomé Portes Del-Rei e Secretaria de Cultura e Turismo.
Bárbara Eliodora teve quatro filhos: Maria Efigênia, José Eleutério, João Damasceno e Tristão. Maria Efigênia, a "Princesa do Brasil", faleceu aos 15 anos de acidente (queda de cavalo).
Seu marido, Alvarenga Peixoto, poeta, perfeitamente enquadrado na lição arcádia e um dos participantes da Inconfidência Mineira, teve papel destacado e aliciador, sendo designado na Sentença como "um dos chefes". Preso em 1789, foi condenado à morte, em 1792, mas teve a pena comutada em degredo perpétuo, morrendo alguns meses depois, vítima de uma febre maligna, no presídio de Ambaca, em Angola na África, em janeiro de 1793.
A vida de Bárbara Eliodora, após a morte do marido, transformou-se em um sofrimento: confiscada a metade dos bens do casal, os amigos, muitos do que, nos tempos felizes, a procuravam e lisonjeavam, buscavam meios de agravar ainda mais os seus dolorosos dias.
A beleza física de Bárbara foi largamente celebrada em prosa e verso. Considerada por muitos historiadores e poetas uma das mulheres mais formosas do Brasil.
Alguns autores acrescentam à biografia de Bárbara Eliodora o fato de ter sido ela também poetisa, mas os trabalhos literários estão perdidos para sempre. Às exceções de alguns documentos de interesse familiar reduzidos a dois ou três papéis e o poema as sextilhas intitulada Conselhos a meus filhos que admite-se, sem dúvida, a autoria de Bárbara, porém em relação ao soneto, Amada filha, é já chegado o dia, (...) existe com relação a este uma discussão se a autoria seria de Alvarenga Peixoto ou de sua esposa.
Segundo o historiador Aureliano Leite, a importância maior da poetisa está no tempo, em que a mulher, em regra, era analfabeta. Acrescente-se que foi em ordem cronológica com certeza a primeira verdadeira poetisa do Brasil.
Considerada heroína da Inconfidência porque foi ela quem, segundo conta o confessor dos conjurados Frei Raimundo de Penaforte, fez o marido reaprumar-se num dos momentos em que o pavor da forca o dominou.
Bárbara Eliodora passou os últimos anos em São Gonçalo do Sapucaí, onde faleceu aos sessenta anos de idade, no dia 24 de maio de 1819, vítima da tuberculose, moléstia de família.

Bárbara Eliodora
           Alvarenga Peixoto

Bárbara bela,
do Norte estrela,
que o meu destino
sabes guiar,
de ti ausente,
triste, somente
as horas passo
a suspirar.
Isto é castigo
que Amor me dá.

Por entre as penhas
de incultas brenhas
cansa-me a vista
de te buscar;
porém não vejo
mais que o desejo,
sem esperança
de te encontrar.
Isto é castigo
que Amor me dá.

Eu bem queria
a noite e o dia
sempre contigo
poder passar;
mas orgulhosa
sorte invejosa
desta fortuna
me que privar.
Isto é castigo
que Amor me dá.

Tu, entre os braços,
ternos abraços
da filha amada
podes gozar.
Priva-me a estrela
de ti e dela,
busca dois modos
de me matar.
Isto é castigo
que Amor me dá.

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de São João del Rei . 2002

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