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Serra do Lenheiro
Descrição
Serra do Lenheiro/Wikipédia
Grupo Salve a Serra do Lenheiro/WhatsApp
Histórico de eventos e ações da Serra do Lenheiro
Projeto de lei estadual propõe criar Unidade de Conservação “Monumento Natural da Serra do Lenheiro”, em São João del-Rei | Reunião ao vivo 10/07/25
Abaixo assinado "Salve a Serra do Lenheiro" . Petição on-line . 2024
Serra do Lenheiro . pic nic e escalada
Dia Municipal da Serra do Lenheiro
Tombamento da área denominada Serra do Lenheiro
Ecocidades em verbo-ação na Serra do Lenheiro
Parque Ecológico Municipal da Serra do Lenheiro . Decreto Municipal n 6408/2016
Brigada 1 Combate Voluntário a Incêndios Florestais
A inviabilidade de atividades mineradoras em áreas tombadas | Marcos Paulo de Souza Miranda
Levantamento Urbanístico do Bairro Senhor dos Montes/2000 . Alzira Agostini Haddad
Festival da Serra do Lenheiro e Festa da Primavera 2025 – 20 e 27 de setembro 2025
Serra do Lenheiro guarda memórias da mineração, da fé e da resistência em São João del-Rei
Ana Luiza Reis, Érika Franco, Lívia Fernandes, Giulianna Andrade e Igor Chaves | Outubro 2025
“Nós somos fruto da Serra do Lenheiro.” É assim que o historiador Bruno Campos entende a relação emocional e histórica entre a cidade de São João del-Rei e a serra. Um território de memória, identidade e riqueza ambiental. De caminhos coloniais a registros rupestres, de práticas religiosas populares a marcas da resistência, é um espaço conjunto de natureza e história, refletindo, a todo tempo, o passado no presente.
Em diferentes épocas o território foi explorado pela população, o próprio nome “Lenheiro” faz referência ao principal elemento de subsistência que a Serra oferecia: a lenha. Bruno explica que a lenha era extremamente importante antes da energia elétrica, pois era o que possibilitava as atividades básicas do cotidiano. “As pessoas dependiam da Serra para cozinhar, para aquecer, para viver”.
A serra é um arquivo a céu aberto, com marcas deixadas por gerações inteiras que por ali viveram, trabalharam e resistiram. Marcas de mineração, sinais do período da escravidão, o cotidiano de uma cidade que já viveu em profunda conexão com aquele território: “Sem ter uma palavra escrita, ela te fala muito. Fala sobre o hoje, ontem, o passado”, afirma Bruno.
O historiador também ressalta que o tempo transformou essa relação. “Se antes a Serra era parte do cotidiano e da economia local, hoje ela se tornou cenário distante para muitos moradores, à medida que a cidade cresceu e a dependência direta daquele espaço diminuiu”, conclui.
O tombamento da Serra do Lenheiro como patrimônio, que aconteceu em 20 de Abril de 1988, se mostrou como um importante documento de proteção. Para Bruno, a preservação desse território é também um exercício de memória, seja individual ou social, que busca reconectar a comunidade com sua própria história. Segundo ele, o sentimento de pertencimento com o local poderá resgatar a identidade que se perdeu.
O guia turístico Luiz Antônio Miranda explica que a área era uma fonte de obter alimentação, como por exemplo: os peixes dos córregos, animais, frutos como gabirobas, araçás, maçãs dos campos e amendoim-do-campo (apuaia). Atualmente ainda há moradores próximos da serra que dependem de suas reservas naturais, como a água que abastece os bairros que ainda não possuem saneamento do DAMAE.
De modo geral, o local sempre teve muitos recursos naturais e na época colonial era visto como um empreendimento muito lucrativo, principalmente para extração de ouro, o que logo atraiu a atenção de ingleses e aumentou o investimento para explorar ainda mais o perímetro rochoso.
De acordo com Pedro Barros Júnior, em sua dissertação de mestrado, a obra ambiciosa conhecida como “O Canal dos Ingleses” foi realizada para acelerar o processo de extração de ouro e abriu um canal comprido de cerca de 12km de extensão para lavagem do cascalho aurífero, o projeto engenhoso ocorreu em meados de 1740 e foi feito pela mão de obra escrava.

Passeio com piquenique na serra, antiga tradição são-joanense. Autor e data não identificados. Aproximadamente na primeira metade da década de 1950.
Foto: reprodução / Acervo familiar – arquivo Ulisses Passarelli
O geocientista explica que esse grande feito foi um marco histórico para o desenvolvimento industrial na cidade, uma vez que fomentou ainda mais o processo de mineração, supriu a necessidade hídrica da população, e, mais adiante na linha do tempo, gerou a instalação de fábricas e engenhos.
Apesar dessa obra marcante, a história do Lenheiro precede o período colonial. Existem marcas dos povos originários por diferentes extensões e de diversas maneiras. Essas manifestações foram descobertas e registradas por um grupo de pesquisadores interessados em saber mais sobre o local que deu “vida” à cidade de São João del-Rei no livro “Dossiê Serra do Lenheiro” (2023).
Histórias contadas nas rochas
O material coletado pelo grupo envolvido no dossiê é fruto de muito estudo, pesquisa e história com a serra. Ele revela e explica detalhes das pinturas rupestres, como os materiais utilizados como “tinta” e as cenas retratadas de forma artística pelos povos originários.
Vários turistas são atraídos pelo interesse em conhecer esses sítios arqueológicos, o Canal dos Ingleses, a fauna e a flora mineira presente nesse local. Além das famosas pinturas, há também outras marcas da presença humana em tempos remotos, como as gravuras entalhadas nas rochas.
Esses sítios estão localizados em três pontos diferentes, sendo dois sítios arqueológicos na área dos Três Pontões e um na Serra do Rio das Mortes. São protegidos por alambrados e por placas educativas que promovem reflexão sobre a conservação do local, além do próprio tombamento em si.

Pinturas rupestre em paredão rochoso | Foto: Ana Luiza Reis
O reconhecimento do local como patrimônio cultural municipal – consolidado pelo tombamento realizado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural -, é um ato que representou um passo importante na proteção da área, embora ainda frágil diante das ameaças constantes, como a mineração especulativa.
“O tombamento é uma ferramenta de caráter jurídico. No caso de uma grande ameaça à Serra, você tem uma ferramenta jurídica para poder conseguir segurar isso. É principalmente essa ferramenta que resguarda uma área no caso de grandes impactos.”, explica o geógrafo e autor do dossiê, Ulisses Passarelli.
Além disso, reconhecer que a preservação não se limita ao patrimônio físico é fundamental, uma vez que ela também amplia a qualidade de vida e fortalece os laços entre o lugar e a comunidade.

Linha do Tempo da Serra do Lenheiro | Imagem: reprodução / Érika Franco
Série especial
O portal Notícias del-Rei publica a série especial “Serra do Lenheiro: Território, Memória e Vivência”, uma produção dos repórteres Ana Luiza Reis, Érika Franco, Lívia Fernandes, Giulianna Andrade e Igor Chaves, sob supervisão da jornalista Márcia Rosa.
Supervisão: Márcia Rosa
Edição: Arthur Raposo Gomes
Imagem de destaque: reprodução / Acervo familiar – arquivo Ulisses Passarelli
Fonte: Notícias del-Rei
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A força da Serra do Lenheiro: moradores transformam memória e fé em preservação cultural
Ana Luiza Reis, Érika Franco, Lívia Fernandes, Giulianna Andrade e Igor Chaves
Mais do que um patrimônio natural e histórico, a Serra do Lenheiro é também um lugar de afetos, vivências e tradições que seguem vivos por meio de quem caminha, canta e cuida de suas trilhas. Ela pulsa no cotidiano de pessoas como Manoel Andrade, Teté Santos e Luiz Antônio Miranda, que, com diferentes trajetórias, mantêm uma relação forte com esse território e ajudam a preservar não apenas o espaço físico, mas também sua memória cultural.
Manoel Andrade, nascido e criado em São João del-Rei, sobe a serra desde criança. Hoje, já adulto, é um dos organizadores da tradicional Caminhada da Via Sacra, realizada todos os anos na Semana Santa. O percurso de fé percorre trilhas da serra e resgata uma prática religiosa e comunitária que atravessa gerações. Para ele, o trajeto é mais do que simbólico: é uma forma de reconectar as pessoas com o sagrado e com a própria história da cidade. “ Para mim, é a maior presença da conexão humano divino”, afirma.
Fiéis durante caminhada na Via Sacra da Serra do Lenheiro, em 2025. (Foto: Igor Chaves)
Sua relação com a Serra é antiga, e tem um papel relevante na sua vida: “Desde a minha infância eu tenho muito forte na minha memória a participação nesta caminhada, anualmente, junto com avós, tios, com meus pais. E já há mais de 10 anos, viemos à frente da organização”, destaca Manoel. 
Manoel Andrade durante entrevista. (Foto: Ana Luiza Reis)
Ele e Dona Neusa, outra organizadora da caminhada, criaram e denominaram a “Rota da Fé”, trajeto com pontos de parada e sinalização, realizado na Via Sacra, todo ano. O objetivo é subir a serra, em conjunto, em oração e em contato com o lado espiritual. Manoel cita que se sente grato pelo aumento da participação popular, mencionou que esse ano de 2025 foram bastantes rostos novos, e uma quantidade significativa de pessoas. No entanto, revela que a caminhada ainda não é reconhecida o suficiente, por exemplo, nunca esteve na programação oficial da semana santa divulgada pela cidade.

Trilha com destino ao alto da serra durante a Via Sacra da Serra do Lenheiro, em 2025. (Foto: Igor Chaves)
Perguntado quanto a relevância da Serra para o povo, ele afirma: “eu sou nascido de uma comunidade criada ao pé da serra, e me arrisco dizer que São João del-Rei surgiu ao pé da serra. Se não existe a Serra do Lenheiro, não existe São João del-Rei. Salve a Serra do Lenheiro!”, finaliza e complementa Manoel Andrade.
Já Teté Santos carrega a serra em sua arte. Músico, compositor e morador da Rua do Ouro – uma das margens que abraçam a serra -, ele cresceu em contato direto com aquele território. Ainda criança, passava os dias brincando, nadando e explorando as trilhas do Lenheiro, experiência que, com o tempo, se transformou em afeto e inspiração para sua arte.

Teté é músico independente e escreve canções sobre a Serra do Lenheiro. (Foto: Ana Luiza Reis)
O músico transforma o sentimento de pertencimento em canções que falam de resistência, preservação e ancestralidade. Em suas letras, a serra é personagem viva, como no mantra: “ A hora do lenheiro chegou. É a hora de preservar memórias esquecidas da Serra do Lenheiro”, a frase resume o tom de urgência e de reverência que marca seu trabalho autoral.

Teté em videoclipe da música “Hora do Lenheiro” (Imagem: reprodução / YouTube)
Para Teté, a música tem um poder único de aproximar as pessoas do território: “A música chega rápido, ela chega na emoção das pessoas”. Ele observa que, apesar da serra estar tão ligada a história da cidade, muitos ainda não a conhecem. E é justamente por isso que suas canções se tornam também instrumentos de educação e sensibilização, despertando a curiosidade de quem ouve e provocando um olhar mais atento sobre esse patrimônio natural e histórico.
O músico destaca com emoção o papel grandioso que a serra ocupa em sua trajetória, marcada por admiração e compromisso com a preservação. Mesmo diante das dificuldades enfrentadas, especialmente no que diz respeito às questões ambientais e à urgência por conservação, Teté acredita que o olhar da cidade está mudando, uma vez que, aos poucos, as pessoas estão se interessando mais pelo assunto e conhecendo a serra: “O processo é lento, mas a gente sente que agora a serra está sendo abraçada”.
Morador da Rua do Ouro, ele descreve o vínculo com a serra como algo que atravessa o cotidiano: “Todas as vezes que eu entro na Rua do Ouro e olho para a serra, é um olhar que eu tenho diferente. Então, quando subo a serra, hoje me sinto pertencente a ela”, afirma. Para ele, a serra não é apenas um lugar físico, mas um bem coletivo, de onde emana beleza, história e sentido: “a serra é importante porque tudo que nós temos vem de lá, toda essa beleza”.
Teté também compartilha o orgulho de ter transformado esse sentimento em obra. Para além das composições que fez ao longo da vida, considera as músicas dedicadas ao Lenheiro como um marco em sua produção artística.
“Me sinto muito feliz, porque a vida toda fiz música, mas esse trabalho com a serra, realmente, considero uma obra. É visando o crescimento e a proteção da nossa querida Serra do Lenheiro”, afirma. Com isso, reafirma sua missão de artista: transformar afeto em voz, e voz em instrumento de resistência e cuidado com o território.

Teté em videoclipe da música “Xangô” (Imagem: reprodução / YouTube)
O guia turístico Luiz Antônio Miranda compartilhou sobre sua infância difícil. Aos cinco anos, perdeu sua mãe e foi ali, na Serra do Lenheiro, que teve a oportunidade de criar laços com um lugar repleto de beleza naturais, ervas medicinais, lugares para nadar e se divertir. “A Serra passou a ser a minha vida! Ela é tudo, representa a minha essência. […] a serra não é só minha, ela é de todo mundo, ela pertence a toda uma biosfera”.
Antes mesmo de se tornar guia, Miranda já sentia uma conexão com a Serra do Lenheiro, enxergando nela um símbolo de resistência e memória. Para ele, o local não significa apenas resistência ambiental, mas todo um território que guarda histórias, tradições e a identidade de São João del-Rei. Além disso, ele comenta sobre a ligação da serra do passado ao presente, lembrando que suas trilhas foram percorridas por gerações, desde os povos originários até os moradores atuais. Essa percepção reforça a importância da preservação não só do meio ambiente, mas também das narrativas que fazem da serra um espaço de pertencimento.
Hoje, como guia, Miranda se dedica a transmitir esse legado, mostrando que a Serra do Lenheiro é um bem comum que precisa ser valorizado. Enquanto compartilha seus conhecimentos sobre o espaço, ele espera inspirar outros a enxergarem a serra como parte fundamental são-joanense.

Miranda em uma de suas visitas à Serra (Foto: arquivo pessoal)
O valor simbólico e afetivo da Serra do Lenheiro se consolida por meio da vivência cotidiana de moradores e frequentadores da região. Mais do que vestígios arqueológicos ou títulos oficiais de tombamento, a serra abriga manifestações de memória que se revelam nas caminhadas organizadas por Manoel, nas composições de Teté Santos e nos relatos de quem cresceu em contato direto com o local, como o Miranda.
As lembranças compartilhadas, as experiências pessoais e o vínculo afetivo com a paisagem constroem um senso de pertencimento, perceptível tanto nas narrativas quanto nas ações voltadas à sua preservação. A Serra, nesse contexto, se afirma não apenas como patrimônio histórico e natural, mas como espaço de identidade coletiva e projeção para o futuro.
Série especial
O portal Notícias del-Rei publica a série especial “Serra do Lenheiro: Território, Memória e Vivência”, uma produção dos repórteres Ana Luiza Reis, Érika Franco, Lívia Fernandes, Giulianna Andrade e Igor Chaves, sob supervisão da jornalista Márcia Rosa.
Supervisão: Márcia Rosa
Edição: Arthur Raposo Gomes
Imagem de destaque: Igor Chaves
Fonte: Notícias del-Rei 15 outubro 2025
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Festival Serra do Lenheiro e Festa da Primavera incentivam o diálogo entre a comunidade e a preservação ambiental
VAN UFSJ Setembro 2025 | Por Igor Chaves
Acontece em São João del-Rei, até o próximo sábado, 27 de setembro, o Festival Serra do Lenheiro e Festa da Primavera. Os dois eventos, que celebram o Dia Municipal da Serra do Lenheiro (29/09) e a chegada da nova estação hoje, se reúnem em uma semana de programação com feiras, palestras, atividades ao ar livre e exposições culturais. A realização é da Sociedade de Amigos do Bairro Senhor dos Montes e do Movimento Popular Salve a Serra do Lenheiro.
No sábado, 20, a VAN acompanhou a abertura oficial do festival, na Praça do Coreto, no centro da cidade. Durante a manhã, autoridades e organizadores deram início às atividades especiais da semana, acompanhados pela apresentação da Banda Municipal. O momento contou ainda com a presença de estudantes do curso de Guia de Turismo do Senac, do secretário municipal de Meio Ambiente, Fábio da Silva, da vereadora Cassi Pinheiro (PT) e de representantes de outras instâncias, como o Instituto Federal. Também houve roda de capoeira do Grupo Muzenza e roda de maracatu do Grupo de Inculturação Afro Raízes da Terra.
A presidente da Sociedade de Amigos do Bairro Senhor dos Montes e organizadora do evento, Natália Duarte, destacou que são cerca de 32 grupos envolvidos na festa, que já ocorre há três anos: “[Este momento] é a valorização do nosso povo, mostrando nossa cultura, nossa arte, o que tem de melhor na nossa comunidade. E, juntamente com a Festa da Primavera, a gente faz o Festival da Serra do Lenheiro […] a Serra é muito importante, com suas riquezas, e aos olhos de muitos ela não está sendo reconhecida”.
Outro destaque da edição é a participação das comunidades que estão conectadas à Serra do Lenheiro. É o caso do bairro Araçá, que, na quinta-feira, 25, recebe a roda de conversa “Olhar sobre o Araçá”, das 18h às 22h, além de oficina de pintura, a exposição “A Serra do Lenheiro e suas histórias”, oficina de roteiros turísticos, apresentações de maracatu e congado, além de feira de artesanato e produtos locais.
O coordenador da base municipal da Central Única das Favelas de São João del-Rei (CUFA) e representante da comunidade do Araçá, Sandro Márcio, afirma que a integração dos bairros rodeados pela Serra do Lenheiro promove valorização: “Muito das vezes nós, moradores desse lado acabamos esquecendo, acabamos por deixar de preservar, de cuidar mais desses espaços.” Para ele, “conseguir incluir os bairros para compor uma festa desse nível faz com que as crianças já cresçam com esse intuito de preservação” e propaga a importância da vida em sociedade.
A seguir, confira fotos da abertura do evento e a programação completa do Festival Serra do Lenheiro
Organizadores e apoiadores dos eventos
Representante do movimento Salve a Serra do Lenheiro, Edmea Reis
Vereadora Cassi Pinheiro (PT)
Secretário municipal de Meio Ambiente, Fábio da Silva
Integrante da Banda Municipal
Feira livre durante os eventos
Presidente da Sociedade de Amigos do Bairro Senhor dos Montes, Natália Duarte, e irmão
Programação
Terça-feira, 23/09
- Alimentação Saudável | Local: Salão na Rua Nossa Senhora de Belém, Bairro Senhor dos Montes
- Câmara Aberta para a Serra do Lenheiro e seu entorno | Local: Câmara Municipal
Convidados: Hélio César de Carvalho Junior, Lúcio Geraldo do Carmo Silvério
Quarta-feira, 24/09
- Árvore: Fonte de Ar Puro!
Os estudantes do CMEI Anésia realizarão produções artísticas enaltecendo a importância dessa espécie fundamental para o equilíbrio da natureza.
Local: CMEI Anésia Maria dos Santos – Rua Aparecida Carmen dos Santos Passos, 52 – Bairro Bela Vista
Quinta-feira, 25/09
- Um Olhar sobre o Araçá | Local: Salão Comunitário do Araçá
Sexta-feira, 26/09
- Festa da Família – Especial Primavera | Local: Centro Infantil Risoleta Tolentino Neves, Bairro Senhor dos Montes
- Primavera dos Museus – Museu Regional
Tema: Serra do Lenheiro e o Canal dos Escravizados: o trabalho de conservação de um patrimônio de São João del-Rei por meio do princípio da cidadania
Local: Museu Regional São João del-Rei, Largo do Tamandaré
Convidados: Claudinei Vicente Gonçalves, Edmilson de Sales, José Félix Hernandez Martin
Sábado, 27/09
- Treinão na Serra do Lenheiro – Corrida e caminhada
Local de saída: Em frente à Escola Estadual Idalina Horta Galvão, Bairro Senhor dos Montes
Distância: 6 km
Recomendado o uso de roupas leves, calçados apropriados e levar a própria água
- IF na Praça | Local: Praça do Coreto
- Encerramento – Dia da Serra do Lenheiro
SERVIÇO
Local: Boazona Cultural – Rua da Cachaça
Atividades: Feiras de artesanato e produtos agroecológicos, apresentações musicais e culturais
Mais informações no Instagram – Perfil @amigosdosdm
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Em ação do MPMG, Justiça determina reparação integral de danos ambientais causados por mineração na Serra do Lenheiro, em São João del-Rei
Publicado em 18/08/2025
Em Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Justiça deferiu liminar determinando ao município de São João del-Rei e à Mineração Nossa Senhora do Amparo que não realizem qualquer atividade de lavra ou intervenção em área da Serra do Lenheiro, sem autorização dos órgãos competentes. A decisão determina ainda a elaboração e a execução de Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), instalação de sinalização e custeio de monitoramento ambiental por pelo menos cinco anos.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural de São João del-Rei ajuizou a ação com o objetivo de responsabilizar e impor obrigações ao município e à mineradora, voltadas à reparação integral de danos ambientais e culturais ocasionados em área da Serra do Lenheiro, em perímetro tombado como patrimônio natural e cultural, e localizada em Unidade de Conservação municipal de proteção integral. Segundo a ação, a mineradora desenvolveu atividades de extração mineral sem apresentação ou execução de Prad, além de não implementar medidas de contenção, remediação ou monitoramento ambiental.
Inquérito Civil instaurado pela Promotoria de Justiça e instruído com laudos técnicos, documentos cartográficos, fotografias e registros de vistorias, confirmou a existência de significativo passivo ambiental. Entre as irregularidades, apontou-se: construções abandonadas sem desmobilização adequada; vestígios de lavra pretérita sem adoção de medidas de controle dos impactos; disposição irregular de resíduos sólidos e rejeitos minerais; ocorrência de processos erosivos em vias de acesso; existência de pilhas de material lavrado sem proteção contra carreamento de sedimentos; acúmulo de sedimentos em áreas mais baixas; degradação generalizada do solo; retirada de vegetação nativa sem autorização; ausência de drenagem e de revegetação; risco de assoreamento de cursos d’água e comprometimento do lençol freático.
Parecer elaborado pela Central de Apoio Técnico do MPMG atestou que os danos ambientais são cumulativos, persistem no tempo e tendem a se agravar, considerando-se a omissão da mineradora em promover a recuperação e a inércia do município em fiscalizar e adotar medidas protetivas. O Núcleo de Geoprocessamento do MPMG confirmou a sobreposição integral da área explorada pela mineradora ao perímetro de preservação estabelecido pelo Decreto Municipal nº 10.169/2022.
A 1ª Vara Cível da Comarca de São João del-Rei ainda determinou o bloqueio de valores até o limite de R$ 2 milhões em contas da mineradora e a indisponibilidade de bens imóveis e veículos da empresa. Foi fixada multa diária de R$ 10 mil para cada obrigação descumprida.
Processo nº: 5008108-87.2025.8.13.0625
Fonte: Ministério Público de Minas Gerais
Assessoria de Comunicação Integrada | Diretoria de Conteúdo Jornalístico
jornalismo@mpmg.mp.br
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Pequena sala expositiva no Museu Municipal Tomé Portes del-Rei, dedicada aos temas arqueológico e paleontológico, com várias peças de largo interesse para a compreensão da Serra do Lenheiro, que revelam o quanto ela é fundamental. Aberto de segunda à sexta no horário comercial. Foto e colaboração: Ulisses Passarelli . Folclore (pesquisador)
Sentinelas da Serra do Lenheiro . Grupo S.O.S Serra do Lenheiro
Este é um grupo para atuação na proteção da Serra do Lenheiro.
Objetivos:
- Conscientizar os proprietários de terras na área da Serra do Lenheiro, da importância de preservar as riquezas naturais.
- Conscientizar da importância de não se fazer queimadas.
-Não deixar lixo nas trilhas.
-Não desmatar áreas perto das nascentes.
-Não caçar e prender animais da fauna silvestre.
-Não destruir a flora silvestre.
-Incentivar o turismo ecológico.
-Não destruir os aglomerados de rochas.
-Não extrair rochas do local.
-Conscientizar os moradores dos bairros aos arredores da Serra.
-Mapear e monitorar as nascentes.
-Reflorestamentos de áreas degradadas por queimadas e desmatamentos.
Metodologia:
-Criar grupos menores para revezamentos aos finais de semana para monitorar a serra.
-Incentivar as comunidades a apoiar no trabalho de preservação, fazendo com que eles próprios possam se tornar monitores naturais.
Apresentação do Programa Parque Serra do Lenheiro
De acordo com estudos publicados pelo Engenheiro Adherbal Malta, a Serra do Lenheiro apresenta flora rica e variada, representando campos de altitude nas cristas da Serra, que podem chegar a mais de 1.200 metros, e cerrados (campos cerrados, cerrados e cerradões) na maior parte. Apresenta ainda, grandes porções de mata de galeria, devido a existência de nascentes e cursos d'água preservados na região.
É importante ressaltar que desde 1981 se propõe a criação de uma Unidade de Conservação na Serra do Lenheiro, inicialmente com 4400 hectares, mas que só se realizou através dos decretos municipais n° 1654, de 20 de abril de 1988, que considera tombada, para efeito de preservação paisagística, a área total da Serra do Lenheiro; Decreto n°2160, de 28 de setembro de 1993, que cria ,em primeira instância o Parque Ecológico, e Lei 3356, de vinte e oito de setembro de 1998, que legitima a criação do Parque Ecológico Municipal, com 207 hectares.
O Parque Ecológico Municipal Serra do Lenheiro visa proteger as áreas mais frágeis e mais expostas da Serra, estando localizado no contato da Serra com os bairros do Senhor dos Montes, Alto das Mercês, Águas Gerais, Solar da Serra e Rua do Ouro. Dessa forma, pode servir de importante agente na proteção ao meio ambiente, além de constituir área de lazer para a população, sobretudo a residente nas áreas próximas ao parque, notadamente carentes de áreas públicas de convívio social.
A partir de setembro de 2006, pessoas da sociedade civil, governo e universidades de São João del-Rei reiniciaram reuniões para a integração de ações em um programa inter-institucional em São João Del-Rei, visando a implantação e implementação do Parque Ecológico Municipal da Serra do Lenheiro em São João Del-Rei - MG, em conformidade com o planejamento territorial municipal delineado pelo Plano Diretor de São João Del-Rei, o qual foi aprovado pela Câmara Municipal em outubro de 2006.
A partir da participação da UFSJ nas reuniões, foi proposto pela Profa. Patrícia Almeida Ashley apoiar a Prefeitura Municipal de São João del-Rei em ação de extensão universitária, a partir da proposta de elaboração de programa de extensão Parque Serra do Lenheiro como parte das ações do Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de São João del-Rei, integrando ensino, pesquisa e extensão no tema de saneamento ambiental, desenvolvimento urbano e regional e gestão pública para cidades ecológicas. Aprovado pelo DECAC/UFSJ e contando com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, foram contempladas duas bolsas de extensão em 2007 para o Programa Parque Serra do Lenheiro - ver mais no título Equipe da seção PROEXT 2006 MEC CIDADES.
Objetivos
O programa de extensão Parque Serra do Lenheiro tem, como Objetivo Geral, o planejamento territorial integrado e sustentável do Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro em São João Del-Rei, Minas Gerais.
Como Objetivos Específicos são apontados:
- Integração do ensino de graduação e pós-graduação e de pesquisa e extensão em ação inter-departamental e inter-disciplinar de grupos de pesquisa da UFSJ, cuja área de atuação seja pertinente ao campo de desenvolvimento territorial integrado e sustentável;
- Mobilização e organização de redes sociais locais para a gestão territorial local sustentável da área de entorno do Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro;
- Base de dados e de indicadores de sustentabilidade territorial local para o planejamento e futuro acompanhamento dos impactos sociais, econômicos e ambientais da implementação do Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro;
Módulos do Programa
O Programa Parque Serra do Lenheiro está estruturado em seis módulos:
- 1º Módulo - Levantamento Inicial e Consulta a Bases de Dados Atuais sobre o Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro e entorno;
- 2º Módulo - Diagnóstico de Ecossistemas e Geomorfológico do Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro;
- 3º Módulo - Diagnóstico Sócio-Ambiental e Econômico para o Planejamento Territorial Integrado e Sustentável do Parque Municipal Ecológico da Serra do Lenheiro e entorno;
- 4º Módulo - Mobilização, Organização e Capacitação de Redes Sociais Locais para a Sustentabilidade Territorial Local do Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro e entorno;
- 5º Módulo - Elaboração de Projetos de Investimento em Infra-Estrutura Urbana e Saneamento Ambiental no Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro e entorno;
- 6º Módulo - Execução de Investimento em Infra-estrutura Urbana e Saneamento Ambiental no Parque Municipal Ecológico Serra do Lenheiro e entornos.
Justificativa
Desde a sua criação por lei municipal, em 1998, o Parque Serra do Lenheiro sofre a interferência direta da população, uma vez que está localizado no contato entre as áreas urbanas do município e áreas de uso agrícola. Esta interferência pode ser, mesmo em curto prazo, negativamente impactante nos biomas existentes no parque. A implementação efetiva do Parque Ecológico Municipal Serra do Lenheiro viria somar-se à preservação já existente na Área de Proteção Ambiental da Serra de São José, estabelecendo um circuito de proteção ambiental aliado ao uso turístico, como forma de propiciar, na região, a possibilidade de se buscar o desenvolvimento sustentável.
O Parque Serra do Lenheiro não possui, ainda, qualquer estrutura de apoio e de segurança ao visitante, bem como estudos sistemáticos de sua flora. Há, apenas, levantamentos iniciais de espécies comuns, feitas pelo Engenheiro Agrônomo Adherbal Malta. Note-se que não existe qualquer uso econômico do parque. A visitação pública ainda é insignificante, o que não permite estabelecer o aproveitamento turístico do Parque.
Fonte: http://www.ecocidades.org/?Pagina=apresentacao_ppsl
Observação: O projeto está em construção, por isso de formarmos inicialmente o grupo de trabalho, para obtermos mais apoio na montagem.




















